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Toda fimose precisa operar?

 

 

Excesso de pele pode atrapalhar o início da vida sexual e até causar câncer de pênis

 

Foto: Thinkstock Photos

 

Excesso de pele no pênis pode prejudicar o início da vida sexual

Fimose e excesso de pele no pênis são coisas diferentes. Uma precisa operar, a outra só opera se quiser. Em comum, as duas têm relações diretas com doenças perigosas.

A pior de todas é o tumor de pênis, que atinge 2% dos homens com câncer. “Uma vergonha para a medicina brasileira”, afirma o urologista Joaquim Claro, chefe do serviço de urologia do Centro de Referência em Saúde do Homem, de São Paulo.

Esse tipo de tumor acontece na grande maioria das vezes por higiene inadequada, ou seja, o homem não lava direito o pênis. “O excesso de pele pode contribuir com a doença por facilitar o acúmulo de resíduos, suor e urina”, explica Rubens Dias Cortina, urologista do Hospital Leforte.

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Neste cenário, existem fungos que encontram um ambiente propício para se desenvolver. O resultado são inflamações consecutivas, que podem sensibilizar a glande (extremidade do pênis). “É daí que vem um mito da postectomia (circuncisão). Ela não deixa o pênis menos sensível, e sim recupera a sensibilidade normal”, esclarece.

Desde o nascimento

Cerca de 90% dos bebês nascem com excesso de pele ou fimose. Mas a grande maioria não requer intervenções médicas. A pele do pênis se ajusta com o tempo.

Mas é preciso estar atento a um erro comum. Muita gente acredita que é preciso massagear a pele do pênis, com movimentos similares à masturbação, para resolver o problema, porém isso pode piorar a situação. Se a pele for forçada demais, ela pode sofrer pequenos traumas e formar cicatrizes. Isso torna o tecido mais fibroso, mais inchado e com menos elasticidade, dificultando ainda mais a exposição da glande.

“É preciso operar imediatamente quando a fimose impede a exposição da glande e a saída da urina, pois isso força demais a bexiga e causa infecções perigosas ao organismo ainda frágil do bebê”, afirma Claro.

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Em algumas crianças, a fimose é tão expressiva há apenas um pequeno furo, quase do tamanho de uma agulha, para a saída da urina. De tão apertada a pele, é impossível expor a glande. “Essa é a fimose nível um”, afirma Cortina.

A fimose nível dois é bem parecida, pois só permite expor parte da glande. Em seguida, a nível três permite expor a glande mas a pele forma uma espécie de anel que estrangula a extremidade do pênis, impedindo a passagem adequada de sangue.

“É preciso operar nos três casos”, diz o urologista. Nos níveis dois e três ainda é possível esperar a criança abandonar as fraldas, o que facilita a cicatrização do órgão.

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A fimose nível quatro, na realidade, configura apenas um excesso de pele. Não precisa ser operada, mas o procedimento pode ser adotado na adolescência, caso o garoto esteja passando por seguidas inflamações. “Nestes casos, é comum também haver um freio curto demais”, ressalta Cortina.

O freio é a pele que liga a glande ao prepúcio, nome dado à pele que encobre a glande. Se o prepúcio for excessivo, o freio pode não ser longo o suficiente para permitir uma exposição confortável da glande. Na prática, isso significa que o homem pode ter dor nas relações sexuais.

Doenças sexuais

Excesso de pele também está associado às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Estudos internacionais indicam que a circuncisão reduz em 60% o risco de infecção pelo HIV, vírus causador da AIDS. “A operação também diminui o risco de HPV e câncer de colo de útero nas parceiras sexuais”, afirma Claro.

O procedimento cirúrgico é simples, feito com anestesia local em adultos e geral em crianças. O básico da recuperação leva uma semana, embora seja preciso esperar 30 dias para retomar a vida sexual.

Vale lembrar que não há risco da cirurgia causar disfunção erétil, bem como ter fimose não impede o crescimento natural do pênis.

 

 

Autor: Bruno Folli, iG São Paulo